quinta-feira, outubro 31

• De família mineira com tradição culinária, Lochana Sabino levou à cozinha vegetariana padrões de organização e estética

CHEF LOCHANA SABINO VEM DE UMA FAMÍLIA mineira de tradição em culinária – sua avó materna foi, em especial, uma excelente doceira – e muito experinte na preparação das mais deliciosas receitas do milho, leite, frutas, cascas de laranja e uma vasta gama de iguarias.
Lochana lembra que seu principal contato com a culinária acontencia quando observava sua avó cozinhando. Ajudava a ralar, cortar e observar o ponto de vários doces. O mesmo acontecia ao lado de sua mãe, D. Sueli, que tinha uma incrível capacidade de elaborar pratos doces e salgados da culinária internacional.
O olho da criança Lochana vibrava de tanto ver pratos tão bonitos e saborosos preparados pela mãe, que também dominava muito bem o famoso sabor da cozinha mineira.
Formação
Desde cedo, seu pai – dono do que, à época, era um dos principais restaurantes da região de Uberaba, onde dois outros tios paternos também possuíam restaurantes conhecidos – fazia questão que Lochana, então um garotinho, observasse todos os pontos de composição da mesa e outros itens da organização da cozinha. Foi assim, de forma precoce, que o futuro chef notou que tinha grande disposição para a coisa.
Aos 9 anos, Lochana ajudava o pai na venda de alimentos. Ao mesmo tempo, testava escondido seus dotes na cozinha
Da infância à adolescência, Lochana foi criado na boa mesa brasileira, com requinte de reunião familiar. Observando outros tios maternos, que foram grandes garçons, sendo um deles um maitre de grande nome em Uberaba, aprendeu as minúcias de uma mesa bem posta. "Tive a sorte de ter tido uma boa educação em etiqueta de toda a família e de vários parentes próximos. Venho de duas das famílias mais tradicionais da cidade. Por isso, se necessário, posso montar uma mesa francesa com todas as suas minúcias, além de comandar o serviço”, diz.
Mãos à obra
Aos nove anos, após o pai ter fechado o restaurante para inaugurar um bar conhecido na região, Lochana passou a ajudá-lo na comercialização de alimentos. Ao mesmo tempo, por conta própria, iniciou as suas aventuras gastrônomicas. No começo, testava escondido os dotes na cozinha. Mas depois de ter o talento descoberto e apreciado, fez do hobby eventual um hábito constante.
O trabalho com o pai durou até os 13 anos de idade, quando partiu para Ribeirão Preto para morar com os tios. Lá, continou envolvido com alimentação. Dos 16 aos 18 anos, trabalhou em uma conceituada rede de fast food, a primeira a atuar no Brasil.
Nessa função, valorizou cada momento, tendo aprendido os critérios de organização de cada setor rotativo: copa e almoxarifado (câmara fria e congelada, com atenção à rotatividade, validade e qualidade dos produtos), chapa, saladeira, padrões internacionais de limpeza geral, caixa e atendimento.